Durante um dos
passeios de escuna pelo Pantanal tive a oportunidade de me emocionar e
conversar com Stella, mãe do João, o menino que me fez ficar sem palavras. Ela
me contou um pouco sobre sua história e a real importância de viver o presente.
Foi como ter visto minha mãe me dizendo. “Filho aproveita ao máximo tudo o que
puder, é uma oportunidade de ser feliz agora, se estiver cansado, mas com
vontade de fazer algo, vai, aproveita deixa pra descansar depois, não deixe a
oportunidade passar”, ela disse com os olhos cheios de emoção refletindo a
imagem do João em sua frente enquanto ele ria sem ter que se lembrar dos
momentos difíceis que passou. Obrigado mães, obrigado por tudo.
Cidinha |
comidinha gostosa |
Recentemente fiquei
internado para fazer uma pulso. (Pretendo fazer uma postagem de como e porque
esse procedimento é necessário às vezes). Primeiramente quero agradecer a toda
equipe do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Presidente Prudente, SP. Não
tenho do que reclamar, todas as vezes que precisei da ajuda de vocês, sempre
fui muito bem recebido e cuidado. Desde as recepcionistas, as copeiras, as enfermeiras
e os enfermeiros, aos auxiliares de enfermagem que estão diretamente com os
pacientes, as responsáveis pela limpeza e toda equipe que de alguma forma
colabora para um trabalho bem feito. Do fundo do meu coração, obrigado.
Neide |
Quantos agradecimentos
né? Bom! Nem só de elogios vive o homem, mas também de boas lições. Durante
esses três dias que estive internado, recebi de Deus algumas respostas e
provações também.
Estar de cama
em um hospital não é tão bom quanto deixo transparecer, ainda mais quando o
problema é um pouco mais sério. Tive a oportunidade de rever o câncer mais uma
vez em um ser. Você já presenciou alguma pessoa com câncer em metástase? Logo vos
digo não é uma experiência boa, mas muitas vezes valiosa. (Pensei muito para
dizer isso, não é fácil encontrar lição de vida na dor das pessoas).
Assisti de
perto uma doença tomar conta de alguém que não teria mais escapatória. Notei
por diversas vezes a dor sendo soada nas palavras, o sofrimento e a agonia de
estar na cama se limitando apenas onde os olhos pudessem chegar. Notei também o
braço dele, as marcas das injeções, os hematomas e o sangue pisado. Pude notar
a dor.
O pior de tudo
é saber que aquela pessoa no leito estava sendo usada para a evolução das
outras (ele não merecia estar ali). Muitas vezes, filhos, filhas, irmãos,
conhecidos nem se dão conta do quanto estão deixando de aprender, não se dão
conta do quanto cada momento é único, cada olhar pode ser valioso ou até mesmo
o último. “Eu não aguento mais isso, não quero mais ficar aqui, não é vida eu
estar aqui!” Essas foram uma das poucas vezes que pude ouvir frases lucidas de
alguém envolvido na morfina.
Precisamos ser
lembrados a todo instante que não somos nada, não significamos nada perante a
vontade de um ser maior. Com toda dor sentida pude encontrar conforto em minha
doença. Não tenho nada diante grandes guerreiros que vivem em uma luta
constante. (Essa parte da postagem detalhei alguns momentos vividos durante
minha recente internação outras do que já vi e também vivi em outros momentos).
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