Hoje depois de não ter inspirações
para postar antes, narrarei como alguns membros da minha família veem a EM.
Isabela e Mãe |
Nome: Isabela L C Martins, casada
22 anos, irmã gêmea. Diz que se sente triste e inconformada. “Acredito que meu
irmão encara a doença bem ou é aceitar e viver ou aceitar e ficar enfermo.”
Ajudando como pode a Isabela diz que desde pendurar a roupa molhada na avó como
também, evitar que ele ande longos caminhos. Afirma que assim é uma forma de
amenizar o que ele sente.
Como é lidar com um esclerosado? “É normal a não ser pela parte que doí muito
ver alguém que tanto se ama precisar depender das pessoas, porém a carisma e a autoestima
que ele esbanja continuam as mesmas.” Isabela diz também que ele pode ser até ser
doente e sofrer calado, mas que não importa o grau de uma doença, quando se ama
alguém nada se torna um fardo.
Nome: Márcia Liotti Cruz, 50
anos. Diz que se sente feliz por ser mãe de Neto. “Ele sempre foi uma pessoa
sensível e maravilhosa.” O fato de ter descoberto a EM não alterou em nada o
amor que sentia, pelo contrario, aumentou. “Somos amigos e nos amamos”.
No começo, logo quando a EM fora
diagnosticada, estávamos com medo, pois nada se sabia sobre o assunto. Hoje
vivemos bem e tranquilos. Apesar da EM limitá-lo, estou sempre disposta e ao
seu lado para ajuda-lo e transporta-lo aos lugares. “Já percebi meu filho
triste, logo tentei mostrar que ele é muito importante, além das pessoas que
gostam dele como de Deus.” Existem alterações de humor às vezes, que logo são
resolvidas com abraços e carinhos e tudo logo se resolvem. “Hoje brincamos e
rimos com a EM, temos um Pai no céu que cuida de nós.”
Bom viver com a EM tem suas
limitações, AGORA, ser bem cuidado é bom demais né? Não reclamo de ninguém, a
não ser de pessoas ignorantes que por medo não ampliam seus conhecimentos. Na
próxima postagem vou descrever como perdas podem interferir no meu tratamento,
falarei sobre a morte de um ente querido e a morte do meu pai “em vida” (meio
confuso né? Mas logo vão entender!). Obrigado mais uma vez pela atenção e caso
tenham alguma dúvida que eu possa ajudar, meu e-mail é netocruz@live.ca.
Enquanto eu fazia essa postagem o telefone tocou,
sai eu com as perninhas dura e fui atender. Assim que levanto a perna para
subir o degrau dei um passo em falso, e fui de frente pra o chão, apoiei me na
cadeira e caí em cima de um vaso de planta (foi engraçado até). AH! detalhe,
fui atender o telefone (depois de toda essa cena) que ainda continuava tocando
e adivinhem? Bem na hora do alô caiu a ligação. eu ia detalhar um pouco de como
é viver sendo um esclerosado, as coisas acontecem nas horas certas. Bom
viver com a EM não é difícil, mas também não é mamão com açúcar. Tropeçar,
cair, se desequilibrar quando for levantar, cansar, esquecer (não tanto mais),
são coisas das quais começaram a fazer parte da vida com uma intensidade
incrível.